

A estilista e artivista Vicenta Perrotta, lider de uma refuncionalização artística transvestigênere, o Ateliê TRANSmoras, é pioneira no movimento intitulado Trasmutação Têxtil que intersecciona questões de gênero, consumo e lixo.
É conhecida por produzir roupas e acessórios a partir de materias de descarte da indústria têxtil, roupas encontradas em pontos de doação ou lixos, transformando em novas peças que dialogam, discutem e questionam
os comportamentos socialmente reproduzidos e estigmatizados.
Trabalhando através da pedagogia do lixo e tecnologia social de arte e moda,
é com a transmutação têxtil que ela ressignifica e desconstrói as questões de gênero nas roupas, como por exemplo o binarismo e padrões estéticos que (re)afirmam gordofobia, machism, racismo, lgbtfobia e Transfeminicidio. Assim, ela forma um elo de compromisso não só com a sustentabilidade,
mas também com o empoderamento dos corpos objetos, pois desconstrói
o conceito de consumo e atrela a suas peças uma visão alternativa para consumir e identificar comportamentos impostos pela indústria que são desnecessários e prejudiciais para a nossa vida contemporânea.
Vicenta Perrota